Morre Luis Fernando Veríssimo, mestre da crônica brasileira, aos 88 anos
O Brasil perdeu neste sábado (30) um de seus maiores cronistas e escritores: Luis Fernando Veríssimo faleceu aos 88 anos em Porto Alegre, após complicações decorrentes de uma pneumonia. Internado há três semanas na UTI do Hospital Moinhos de Vento, o autor não resistiu ao agravamento do quadro clínico.
Filho do também consagrado escritor Erico Veríssimo, Luis Fernando construiu uma carreira literária marcada pelo humor refinado, crítica social e uma habilidade única de transformar o cotidiano em poesia. Com mais de 70 livros publicados e 5,6 milhões de exemplares vendidos, ele se tornou um dos autores mais lidos e queridos do país.
Entre seus personagens mais icônicos estão o Analista de Bagé, a Velhinha de Taubaté e o detetive Ed Mort. Suas crônicas, publicadas em jornais como O Globo, Zero Hora e O Estado de S. Paulo, abordavam temas diversos — da política ao futebol, da vida privada à filosofia — sempre com leveza e ironia.
Além da literatura, Veríssimo também se destacou como cartunista, tradutor, saxofonista e roteirista. Em entrevistas, costumava dizer que escrever não lhe dava prazer, mas que soprar saxofone era sua verdadeira paixão.
A Academia Brasileira de Letras (ABL) lamentou profundamente sua morte, destacando sua contribuição inestimável à cultura nacional. Clubes como o Internacional, do qual era torcedor apaixonado, também prestaram homenagens emocionadas.
Celebridades e colegas de profissão se manifestaram nas redes sociais. A atriz Patrícia Pillar, musa inspiradora de várias crônicas do autor, escreveu: “O homem mais doce, divertido e genial que conheci. Com sua leveza e olhar perspicaz, transformava o banal em filosofia”.
Luis Fernando Veríssimo deixa a esposa, Lúcia Helena Massa, três filhos e dois netos. Seu legado permanece vivo nas páginas que continuam a arrancar sorrisos e reflexões dos leitores brasileiros.
Comentários
Postar um comentário