O Brasil perdeu nesta sexta-feira, 8 de agosto de 2025, um dos maiores ícones do samba: Arlindo Cruz faleceu aos 66 anos, no Rio de Janeiro, em decorrência de complicações de uma pneumonia agravada por infecção bacteriana resistente. O cantor e compositor estava internado desde março e já convivia com sequelas de um AVC hemorrágico sofrido em 2017, que o afastou dos palcos e exigiu cuidados médicos constantes. Nascido em Madureira, zona norte do Rio, Arlindo Domingos da Cruz Filho iniciou sua trajetória musical ainda criança, aos seis anos, com um cavaquinho nas mãos. Formado nas rodas de samba do Cacique de Ramos, destacou-se ao lado de nomes como Candeia, Zeca Pagodinho e Sombrinha. Em 1983, assumiu a vaga de Jorge Aragão no grupo Fundo de Quintal, onde permaneceu por 12 anos e ajudou a consolidar clássicos do samba e do pagode. Na carreira solo, brilhou com parcerias memoráveis e sucessos como “O Show Tem Que Continuar”, “Meu Lugar” e “Bagaço da Laranja”. Arlindo compôs mais de 550 músicas, muitas delas interpretadas por artistas como Beth Carvalho, Maria Rita e Alcione. Também foi presença marcante no Carnaval carioca, vencendo 19 sambas-enredo e acumulando prêmios como o Estandarte de Ouro e o Prêmio da Música Brasileira. Além da música, Arlindo Cruz era reconhecido por sua generosidade, fé e alegria. Sua trajetória foi marcada por uma profunda conexão com o povo e com a cultura popular, tornando-se referência para gerações de sambistas. Seu legado permanece vivo na voz de seu filho Arlindinho e nas rodas de samba que continuam a ecoar seus versos. A família confirmou o falecimento por meio das redes sociais e agradeceu o carinho dos fãs. O velório será realizado no Rio de Janeiro, com cerimônia aberta ao público. O show de Arlindo continua — agora, eternizado na alma do samba brasileiro.
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