Oposição assume comando da CPMI que investigará rombo bilionário no INSS
O senador Carlos Viana (Podemos) foi eleito presidente da CPMI, contrariando expectativas de que o posto seria ocupado por Omar Aziz (PSD), aliado do governo Lula. A escolha de Viana representa uma derrota para o Palácio do Planalto, que não conseguiu consolidar sua base na comissão. Além disso, o relator inicialmente indicado, deputado Ricardo Ayres (Republicanos), foi substituído pelo bolsonarista Alfredo Gaspar (União), reforçando o controle da oposição sobre os rumos da investigação.
A CPMI foi criada para apurar denúncias de descontos ilegais em aposentadorias e pensões pagas pelo INSS. Segundo investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), o esquema teria causado prejuízos estimados em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. As principais vítimas seriam idosos e pensionistas, grupo considerado especialmente vulnerável a práticas abusivas.
O requerimento de criação da comissão foi apresentado pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e pela deputada Coronel Fernanda (PL-MT), com apoio de 223 deputados e 36 senadores — número superior ao mínimo exigido para instalação. A CPMI será composta por 16 deputados e 16 senadores titulares, além de 32 suplentes, e terá prazo de funcionamento de até 180 dias, com custo estimado em R$ 200 mil.
O líder do governo na Câmara, deputado Lindbergh Farias, reconheceu falhas na articulação política e afirmou que a base governista foi surpreendida pela movimentação da oposição. Apesar disso, ele minimizou o impacto da comissão, alegando que as fraudes começaram no governo anterior e já estão sendo investigadas por órgãos competentes.
Com a oposição no comando, a CPMI promete ser palco de embates intensos e pode influenciar diretamente o debate público sobre a gestão da Previdência Social no país.
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